sábado, 30 de outubro de 2010

Manual de instruções | Ana Filipa Ribeiro

Apresentação:

Parabéns,acabou de receber o produto mais procurado do mercado , que vale biliões de euros!
                               (caso não esteja totalmente  satisfeito com o produto, este  tem garantia vitalícia).


Componentes:

Este magnífico produto contém vários objectos de primeira categoria. Tais como um relógio da swatch, um aparelho de dentes ,uma t-shirt , umas sapatilhas e muito mais...


Modo de utilização:

Este produto, contém dois botões um é para acordar dormir (olho direito) e outro para acordar (olho esquerdo) , de resto funciona como um ser humano...

Indicações sobre a vida quotidiana:

- deve ir duas vezes por semana à natação;
- deve ir uma vez por mês ao dentista;
- deve efectuar a sua actividade higiénica;
- deve ter carinho,amor e nunca ficar sozinho;
- deve efectuar todas as refeições necessárias ( 6 vezes por dia );
- deve dormir nove horas por dia;
- não secar na máquina;
- engomar a uma temperatura muito moderada;
- não branquear nem tirar nódoas com produtos à base de cloro;
- podem ser utilizados todos os seus solventes usuais (limpar a seco);
- lavar à mão , a uma temperatura de 15 graus .Não esfregar .Não torcer.Dissolver previamente o detergente na água.

sábado, 23 de outubro de 2010

Instruções, Renata Castelo



As minhas instruções:

Composição:

A boneca traz  roupa, escova, cabelo, possui esqueleto e coração.

 Modo de utilização:

Deve ser bem tratada, só pode se brincar com ela por volta de 16 horas, excedendo esse tempo a boneca desliga por si própria.
Activada pela voz (não possui botões de on ou off).
 
Cuidados a ter:
  • Tem de ser lavada à mão;
  • Não usar lixívia;
  • Não se pode limpar a seco;
  • Não pode ir ser lavada à máquina de secar.
Por ser um objecto frágil não se pode atirar ao chão.
 

Etiqueta:

Esta boneca foi feita na China
Se tiver algum problema comunique
O fabricante para o seguinte nº 9188765434.
Não usar lixívia.
Lavar à mão.
Não a secar na máquina





Etiqueta | Soraia Lopes


  • Lavar à mão, com água morna.
  • Lavar o cabelo com Shampoo Elive.
  • Usar amaciador no cabelo.
  • Escovar os dentes depois das refeições.
  • Ir à manutenção do aparelho uma vez por mês.
  • Mudar de roupa todos os dias, depois do banho.
  • Pentear antes de sair de casa.
  • por creme após a lavagem.
  •  Não apanhar chuva.
  • Não apanhar sol em excesso.

Modo de Usar | Isabel David

Componentes:

  • 25% ossos
  • 25% músculos
  • 25% de pele
  • 25% de sangue

MODO DE UTILIZAÇÃO

Lavagem:

  • lavar à mão, a uma temperatura moderada;
  • não pode ser branqueada com lixívia;
  • não passar a ferro;
  • secar com uma toalha seca
  • não secar na máquina


Outras informaçãoes:

  • usar com cuidado;
  • não aborrecer;
  • ajudar;
  • pessoa única.

Isabel David

Manual de instruções | Mónica


Componentes:

•Peça única;
•Acessórios;
•Roupa;


Modo de utilização:

•Usar com muito cuidado;
•Manutenção do aparelho dentário todos os meses;
Não passar a ferro;
• Não secar ao vento;
• Lavar a mão.



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ficha de trabalho

Adalgur

Ficha de trabalho

Ficha de Trabalho Outubro

Meu amigo,

Escrevo-te para daqui a um século, cinco séculos, para daqui a mil anos... É quase certo que esta carta te não chegará às mãos ou que, chegando, a não lerás. Pouco importa. Escrevo pelo prazer de comunicar. Mas se sempre estimei a epistolografia, é porque é ela a forma de comunicação mais directa que suporta uma larga margem de silêncio; porque ela é a forma mais concreta de diálogo que não anula inteiramente o monólogo. Além disso, seduz-me o halo de aventura que rodeia uma carta: papel de acaso, redigido numa hora intervalar, um vento de acaso o leva pelos caminhos, o perde ou não ai, o atira ao cesto dos papeis e do olvido, ou o guarda entre os sinais da memória. 

                          Vergílio  Ferreira, in Carta ao Futuro


  Explica o sentido da frase: «...porque ela é a forma mais correcta de diálogo que não anula inteiramente o monólogo.»
No entender do autor, a carta cria um  espaço reflexivo, pois apesar de existir um receptor, há tempo para “dialogar” consigo mesmo. Os latinos diziam “scripta manent, verba volent”, isto é: as palavras escritas ficas, as palavras ditas voam. Quando escrevemos uma carta estamos a comunicar com o futuro.

 Mesmo sabendo que a mensagem não chegará a destino algum, o que leva, em teu entender,  o emissor a escrevê-la?

O emissor escreveu esta carta pelo prazer de comunicar, isto apesar de nada lhe garantir que vá ser lido. A única intenção do autor é partilhar o seu gosto pela escrita com as gerações vindouras (futuras).
 

O silêncio, por Renata Castelo

 


O silêncio por vezes pode ser constrangedor, como por exemplo quando uma pessoa está a olhar para outrA fixamente ...
            
Mas por vezes,  o silêncio pode ser motivo de regozijo, por exemplo,  quando estamos numa   aula e o professor está  a falar, a falar  e nós a abanarmos com a cabeça e aí ele fica a pensar  que estamos com atenção, enquanto ele explica, convencendo-se de  que  até achamos aquele matéria  interessante...
O silêncio pode valer mais do que palavras como por exemplo neste velho ditado:

“Palavras são como prata,  Mas o silêncio vale ouro.”
 
As palavras são importantes, mas por vezes pregam-nos rasteiras por isso em certos momentos mais vale estar calado do que ferir alguém.   Por isso é que eu digo que o silêncio tem um lado bom e um lado mau como tudo na vida.
 

sábado, 9 de outubro de 2010

Silêncio, por Ana Filipa Ribeiro


O silêncio é o meu amor a falar
Para te beijar
E levar
Para todo o lugar.

Quando chegas os meus olhos brilham
Mas o silêncio permanece no meu olhar
E assim não te posso agarrar.

Um dia vamos estar os dois
No silêncio da noite
Com o mar à nossa frente
Juntos para sempre.  

Ana Filipa Ribeiro

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Marketing, Fernando Namora



Marketing
de Fernando Namora

Aqui    a meu lado    o bom cidadão
escolheu Sagres
que é tudo    tudo cerveja
a pausa que refresca
a longa pausa de um longo cigarro King Size.
                                   atenção ao marketing.
Eu não gosto de cerveja
mas tenho de gostar que os outros gostem de cerveja
sobretudo da Sagres
para não contrariar os fabricantes de cerveja.
                                   atenção ao marketing.
Ninguém contraria os fabricantes de cerveja
ninguém contraria os fabricantes do Opel e da Super Silver
nem os fabricantes de alcatifas para panaceias
nem as panaceias nem os códigos e os édredons macios
nem as mensagens de natal dos estadistas
nem os negociantes de armas da Suíça
nem o homem de capa negra que virou as costas ao Palmolive.
Está tudo perfeito e deito-me no conforto de um Lusospuma
a ver as processões passar    mesmo sem anjos    mesmo sem anjos
que são agora selvagens e voam numa Harley.
Deito-me e obedeço aos fabricantes do Clarim
que é uma alta onda ou uma onda alta
sem esquecer as fitas do John Waine e a chama viva do Butagás
e se calhar sentir fome terei toda a frescura serrana
numa fatia de pão.bu
                                   atenção ao marketing.
Vitonizo-me    desodorizo-me    atravesso as ruas nas passagens dos peões
louvo quem me dizem para louvar e desconfio dos negros americanos
e dos blousons noirs    que não usam Lux
e não compram um frigorífico a prestações
e com o meu escudo invisível
portejo-me dos vírus subversivos
sou um bom cidadão    sou um bom cidadão
obedeço ao marketing    à General Motors e ao Pentágono.
Dantes    tinha problemas    era o odor corporal
e eu não o sabia até me higienizar seis vezes ao dia com o sabonete das estrelas
e as paradas marciais e os 5-3 do Eusébio à Coreia
e o talco Cadum    que ama demoradamente roucamente tepidamente os corpos que
                                                                                      [merecem ser amados...
Obedeço ao marketing    não contrario.
Ninguém contraria os fabricantes das ideias e os fabricantes do Fula
que é o da cor do sol
ninguém pisa os riscos brancos do tráfego
nem chama os bombeiros sem concorrer ao sorteio
concorro    concorro    e vejo nos sinaleiros o pai natal vestido de Scotchgard
ninguém sai do emprego antes de assinar o ponto a horas fixas
e gastar o dinheiro da semana sábado à tarde
no Dardo    que é tudo a prestações e é mesmo em frente da Música no Coração.
Fazendo Portugal mais alegre com o folclore da TV e a tinta Robbialac
não contrario    obedeço    obedeço    e meto os meninos na cama
quando me dizem vamos dormir.
                                   atenção ao marketing.
Sagres é uma boa cerveja
e eu acabarei por gostar da Sagres
como gosto do Rexina.
Sagres é a pausa que refresca e tem vitaminas
todas as bebidas da televisão têm vitaminas
mesmo as do programa literário    que é detergente
e eu uso-as e sou um cidadão perfeito
e até já consigo adormecer com hipnóticos
depois de tomar o Tofa descafeinado
e no Verão visto calções de banho de fibras sintéticas
para me banhar na Torralta
cidadão perfeito perfeitamente bronzeado com o Ambre Solaire.
Também vou arear as caçarolas e os nervos e os miolos
com um pó azul de que não me lembra o nome
não me lembra mas a culpa já não é minha
porque na mesma noite
massajado com Aqua Velva
fiz a barba com Gillette, e Schick e Nacet
e fui não sei aonde sempre com a mesma lâmina
e oito dias depois (eu era actor ou toureiro?)
a lâmina ainda me escanhoou mais uma barba
antes de eu descer no aeroporto
onde me esperava um agente do marketing.
Os produtores viram-me à descida do avião
primeiro julgaram que era o filho da Sophia Loren
ou o Onassis    mas era eu
e gostaram da minha barba bem feita.
(Da barba bem feita
ou do casaco Dralon que não se amarrotara
durante a viagem da Polinésia para Lisboa?)
Confesso que já não me lembra    mas a culpa não é minha
pois na mesma noite
fui o homem de não sei quê que marca o rumo
por vestir regras ou camisas ou calças que não enrugam
e fartei-me de assistir a discursos e a inaugurações
e fartei-me de comer chocolates Regina e pescada congelada
e de lavar a roupa com Ajax e com o Rino
e de me banhar com Omo ou seja uma onda de brancura
e fiz-me mecânico de automóveis
só para que o cavaleiro da armadura branca
me tocasse com a sua lança mágica
e me pusesse branco branco branco
três vezes branco como as páginas do Reader’s
de cérebro irrepreensivelmente lexivizado
pelos locutores da televisão    pela oratória dos políticos
e passado a ferro com um ferro eléctrico automático
que talvez fosse – ou não? – uma enceradora Philips.
Tudo coisas admiráveis e desesperadamente necessárias
que eu devo ao marketing
e me são cozinhadas num abrir e fechar de olhos
nas palavras de pressão
de todo o bom cidadão.
E no intervalo bebi café puro    o do gostinho especial
Sical Sical que é um luxo verdadeiro
Por pouco dinheiro.
Vitonizadi    esterilizado    comprando e concorrendo
esqueci-me de amar    do amor    das árvores e do rio
esqueci-me de mim    tão entretido estava a admirar a Lisnave
esqueci-me do rio e dos barcos
e da saudade de pedra do Fernando Pessoa
e esqueci-me de sonhar que era marinheiro.
Concorra    concorra    foi isso que não reparei
que uma rapariga cortou as veias
talves fosse com uma Diplomatic
que tem o fio e o silvo de uma espada a degolar avestruzes.
No programa só havia bombeiros
nem uma rapariga a cortar as veias (não era a Caprília)
nem o rio nem o amor nem a raiva da Venezuela.
Se mágoa sentia era a de ter esquecido
dar murros no espião da Missão Impossível
                                   (atenção ao marketing)
e já não saí de casa para ver o rio
só pelo gosto de me aquecer com um Ignis.
E na mesma noite    noite boa    noite branca
fumei Estoril    Valetes    Kayakes e bebi Compal
depois da Salus e da Schweppes
fumei quilómetros e quilómetros de prazer
quilómetros e mais quilómetros – há um Ford no meu futuro –
mais facturas mais fomes mais prazer
e agora já não sei qual dos cigarros com filtro
me soube melhor.
Foram todos    foram todos de certeza
pois se me dizem que preciso de Omo
do Ajax    do Estoril    do Dralon
do esquentador e das alcatifas sem nódoas
não me preocupo    não te preocupes
o Meraklon não preocupa ninguém
mando para o diabo o amor e o rio e a rapariga que cortou as veias
não me preocupo    não me preocupo
digo pois pois ao Jota Pimenta e ao Escort
e hei-de virar-me do avesso para os possuir.
Os corpos que merecem ser amados merecem o talco Cadum.
Numa onda de brancura obedeço ao marketing. Sou um bom cidadão.
E na mesma noite
vi umas bombas que caíam muito ao longe
numa lonjura mais longe que a Lua
onde as pessoas podiam estar quietas a fumar Marialvas
e a lavarem-se com Rino    que lava lava lava
lava três vezes mais    lava ou mata que se farta
e me ajuda a ser bom cidadão.
                                   atenção ao marketing.
Vi uns homens a inaugurarem estátuas
e vi fardas e paradas e conferências
e crianças a sorrir
para os homens sorridentes que inauguravam estátuas
e vi homens que falavam e pensavam por mim
a escolherem por mim o bom e o mau
de modo a que eu não possa ser tentado
a confundir o mau com o bom ou vice-versa ou vice-versa.
Deitado no conforto de um Lusospuma
vi os porcalhões dos hippies nas ruas de Estocolmo
bem longe    nas ruas de Estocolmo
mesmo a pedirem uns safanões
dos homens que acariciam crianças
e têm todas as verdades na mão
só para que eu seja um bom cidadão.
É isto: marco o rumo. As minhas cuecas marcam o rumo.
Preciso e gosto de uma data de coisas
e só agora o sei.
Menos da Sagres. Mas acabarei por gostar.
Ninguém contraria o marketing por muito tempo.
Ninguém contraria os fabricantes de bem fazer
o bom cidadão.
                                   E tudo graças ao marketing.

Namora, Fernando. "Marketing." Marketing.


Poema e referências daqui.

Instruções para chorar | Julio Cortázar

Instruções para chorar

Prescindindo dos motivos, vamos ater-nos à maneira correcta de chorar, ou seja, um pranto que não ingresse no escândalo, nem insulte o sorriso com paralela e torpe semelhança. Consiste o pranto médio ou corrente numa contracção geral do rosto e num som espasmódico acompanhado de lágrimas e ranho, este último no final, já que o pranto termina no momento em que uma pessoa se assoa energicamente. Para chorar, dirija a imaginação para si mesmo, e se isto lhe for impossível por haver contraído o hábito de acreditar no mundo exterior, pense num pato coberto de formigas ou nesses golfos do estreito de Magalhães onde nunca ninguém entra. Quando o pranto começar, cobrirá com decoro o rosto, usando para tal ambas as mãos com as palmas viradas para dentro. As crianças chorarão com a manga do bibe a tapar a cara, e de preferência a um canto do quarto. Duração média do pranto, três minutos.

Julio Cortázar, Histórias de Cronópios e de Famas; Estampa, 1999

Comunicar

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Esquema da Comunicação

 
Emissor: aquele que envia a mensagem, a fonte da comunicação.
Receptor: aquele que recebe a informação transmitida.
Mensagem: a informação que se transmite e/ou recebe.
Canal: meio físico (vibração do ar, papel, ondas hertzianas,…) através do qual circula a mensagem e que permite o contacto entre os participantes.
Contexto: ambiente que envolve a situação de comunicação.
Código: conjunto de sinais ou signos com os quais, segundo certas regras, se transmitem mensagens.

Comunicar #1

Leitura de imagens

O Principezinho, de Saint Exupéry



Um excerto de  O Principezinho foi o pretexto para a nossa diagnose....
Os que ainda não leram podem (devem) procurá-lo na nossa Biblioteca.

o caminho...


Somos a Turma A do 8º Ano da Escola EB 2,3/S do Cerco do Porto. Este blogue é um espaço que se pretende de partilha e de permanente construção. Desde já são bem-vindos todos quantos quiserem participar e ajudar-nos a crescer.